Sons D' Aquém Mar
- Festival com Sons Antigos -
O ciclo de Música Antiga D’Aquém Mar constitui-se por concertos que preconizam uma viagem em diversos estilos e linguagens da música historicamente informada e quem tem por tema de ponto de partida Lagos enquanto cidade intrinsecamente ligada aos Descobrimentos Portugueses. Através da música realçamos relações histórico-políticas europeias e relembramos aos lacobrigenses e aos visitantes, que a história da cidade e a sua relação com o mar e a aventura de descoberta, merece ser embelezado por sonoridades de outros tempos mas, que ao mesmo tempo, são intemporais.
O Ensemble Armilar irá ser o ponto central desta celebração e convidará outros músicos a enaltecerem a riqueza histórica edificada.
Neste I Festival contamos com a palavra como ponto central dos concertos relembrando o eterno dilema que na altura dos Descobrimentos Portugueses, seria questionado com a devida relevância: o que é mais importante? A palavra ou a música?
Sugerimos um concerto por fim-de-semana - que se inicia no Dia dos Finados e termina adentrado o Advento - dedicado à palavra e à celebração da música nos ritos espirituais a decorrer no Armazém Regimental e na Igreja de São Sebastião, em Lagos.
PROGRAMA
No Submundo | QR Project
Palavra, Violino Barroco, Viola da Gamba e Cravo
1 de Novembro 2020 | 17h | Armazém Regimental, Lagos
No val das mais belas | Ricardo Leitão Pedro
Voz e Alaúde
28 de Novembro 2020 | 19h | Igreja de São Sebastião, Lagos
29 Novembro 2020 | 16h | Ermida da Guadalupe, Vila do Bispo
Nisi Dominus | Ensemble Armilar
Baixo, Viola D'Amore, Violino Barroco, Cravo e Violencelo Barroco
6 de Dezembro 2020 | 17h | Igreja de São Sebastião, Lagos
Pulsar Marítimo | Duo-A-Mare
Harpa e Teorba
12 de Dezembro 2020 | 18h30 | Igreja de São Sebastião, Lagos
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No Submundo | QR Project
Palavra, Violino Barroco, Viola da Gamba e Cravo
1 de Novembro 2020 | 17h | Armazém Regimental, Lagos
O poema sumério, “A Descida de Inanna ao Submundo” (c. 3500 - 1600 AC) narra a jornada de Inanna, - Rainha do Céu e da Terra -, ao Submundo para visitar e desafiar o poder de sua irmã recentemente viúva, Ereshkigal, a Rainha dos Mortos.
A descida de Inanna à Terra dos Mortos é uma história valiosa em qualquer época do ano, mas nesta, em que caminhamos para a parte escura do ano, honrando os finados, nossos ancestrais, adquire especial significado. Este é um conto sobre vida, morte e renascimento; sobre poder, injustiça; sobre o que nos torna humanos e sobre o que nos torna divinos. Esta é a jornada arquetípica que cada indivíduo deve fazer para alcançar a totalidade através do confronto com a sua Sombra, a sua Morte e o seu retorno à Vida, desta feita completo e totalmente consciente.
PROGRAMA
1. Sonatae Unarum Fidium - Sonata Tertia em sol menor
Johann Heinrich Schmelzer (1623 - 1680)
2. Sonata XVI - Passacaglia
Heinrich Ignaz Franz Biber (1644-1704)
**PALAVRA**
3. Pièces de Clavecin en Concert - La Livri
Jean-Philippe Rameau (1683-1764)
**PALAVRA**
4. Troisième Ordre - La Ténébreuse
François Couperin (1668-1733)
**PALAVRA**
5. Pièce de Viole - Prélude Le Soligni
Marin Marais (1656-1728)
**PALAVRA**
6. Sonata for Violin e Bc nº 6 em lá menor - I parte
Heinrich Ignaz Franz Biber (1644-1704)
7. Findos
João Pacheco (N.1998)
8. Sonata for Violin e Bc nº 6 em lá menor
Heinrich Ignaz Franz Biber (1644-1704)
BIOGRAFIAS
Elsa Santos Mathei | Cravo
É Licenciada em Cravo pela ESMAE/Porto e pós-graduada em Pianoforte pela ESMUC/Barcelona. Prossegue os seus estudos na Hogeschool voor de Kunsten Utrecht// Holanda. Como cravista acompanhadora, toca regularmente em diversos cursos e grupos de música de câmara, colaborando com orquestras, entre elas Orquestra de Cascais e Oeiras, Orquestra do Sul e o Divino Sospiro. Foi correpetidora no Conservatório Nacional de Lisboa, actualmente lecciona no Conservatório de Música de Loulé e integra a direcção artística do Conservatório de Artes de Lagoa. É membro fundador da Associação Cultural Questão Repetida, sediada em Lagos, onde desenvolve projectos multidisciplinares, como forma de sensibilização de novos públicos não localizados em grandes centros. É directora artística dos Sons D’Aquém Mar.
Ana Falé | Narração
É licenciada em Estudos Teatrais, pela Universidade de Évora. Foi aluna-bolseira no curso de Études Théâtrales na Sorbonne Nouvelle-Paris. Realizou um estágio profissional como assistente de produção e relações públicas numa co-produção do Teatro da Trindade/INATEL e Teatro do Tejo. Foi assistente de encenação no Teatro Aberto, nomeadamente assistiu a diversas peças e uma ópera, ambas encenadas por João Lourenço. Foi membro fundador de Trimagisto - Cooperativa de Produção Teatral Em Barcelona participou em cursos práticos em La Casona - Escola d’Actuació Teatral. Participou em vários projectos cinematográficos com o realizador João Paulo Simões (Captüra Filmes). Frequentou o Mestrado em Theatre Studies, pela Universiteit Utrecht, na Holanda. É membro fundador da Associação Cultural Questão Repetida, sediada em Lagos, onde desenvolve projectos multidisciplinares, como forma de sensibilização de novos públicos não localizados em grandes centros. É directora artística dos Sons D’Aquém Mar.
Ana Sousa | Viola da Gamba
É pós-graduada em Estudos Avançados de Polifonia e licenciada em Música Antiga pela ESMAE - Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo - onde presentemente é mestranda em Ensino da Música. Estudou também na HKF – Hochschüle für Kunste Bremen (Alemanha) na classe da professora Hille Perl. Paralelamente frequenta o Mestrado em Estudos Artísticos na Universidade de Coimbra, com especial foco na musicologia histórica, onde aprofunda o seu conhecimento na vertente mais teórica da música antiga.
Participa em vários projetos de música antiga, nomeadamente Flores de Mvsica, Concerto Ibérico, Bando dos Surunyo, entre outros, e é membro dos ensembles Ars Luxurians, Northern Lights. Foi vencedora do 2º Prémio (1º não atribuído) na Categoria de Música Barroca da 29º edição do Prémio Jovens Músicos com o grupo “Camerata 2.6”. Faz parte do grupo B'rbicacho onde explora a vertente da música e dança de cariz tradicional, do grupo Hadras i Baranas dedicado à música de origem sefardita e da companhia Teatro em Caixa onde dá vida à realidade jogralesa da Idade Média.
Vasken Fermanian | Violino Barroco
Iniciou seus estudos no Centro de Formação de Instrumentistas do SESI (Fortaleza-Brasil), tendo como seu orientador, seu avô, maestro Vasquen Fermanian. Frequentou masterclasses com Sergei Kravchenko (Rússia), Frederico Stephan(Brasil), Benjamin Sung (EUA), Zófia Wóycicka (Portugal) e Antoinette Lohmann (Amsterdão). Participou de diversos festivais de música, tais como: Festival Internacional de Campos do Jordão (São Paulo), Festival de Londrina (Curitiba), Festival Virtuosi (Recife) e Festival Internacional Eleazar de Carvalho (Fortaleza). Gravou também para os meios de comunicação: RTP (Portugal), SIC (Portugal), TV Diário (Brasil), TV Jangadeiro (Brasil), TV O Povo (Brasil) e TV Cultura (Brasil). Vem colaborando com diversas orquestras e ensembles, a exemplo da Orquestra Gulbenkian (Portugal), Orquestra de Câmara Portuguesa (Portugal), Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras (Portugal), Orquestra de Câmara da Almada (Portugal), João Roiz Ensemble (Portugal), Orquestra Jovem Mundial (Alemanha), Orquestra Sinfónica do Youtube (Austrália), Orquestra Sinfónica de Trás-os-Montes e Alto Douro (Portugal), Concerto Ibérico (Portugal), Orquestra Sinfónica do Algarve (Portugal), Orquestra Sinfónica da ESART (Portugal), Orquestra Sinfónica da Universidade de Extremadura (Espanha) e Orquestra JFutura (Itália). Em 2018, concluiu o Mestrado em Ensino da Mísica na Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco – Portugal, sob a orientação da professora Luísa Tender. No ano de 2019, concluiu o Mestrado em Performance no Violino, sob a orientação dos professores Augusto Trindade e Luísa Correa. Atualmente, exerce docência em violino no Conservatório Regional do Baixo Alentejo.
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No val das mais belas | Ricardo Leitão Pedro
Voz e Alaúde
28 de Novembro 2020 | 19h | Igreja de São Sebastião, Lagos
29 Novembro 2020 | 16h | Ermida da Guadalupe, Vila do Bispo
Canções, danças e fantasias do tempo dos Descobrimentos
Em 1414 o Infante D. Henrique convencia o pai, o rei D. João de Aviz, a montar a campanha de conquista de Ceuta. Por Agosto do ano seguinte, Portugal detinha o controlo da cidade assim como das rotas marítimas de comércio entre o Atlântico e o Médio Oriente. D. Henrique é armado cavaleiro e senhor de Viseu e da Covilhã nesta ocasião, e com ela a Era dos Descobrimentos começava definitivamente. Um século mais tarde, as caravelas portuguesas ainda cruzam mares desconhecidos e a música, a literatura e o teatro continuam inspirar-se das explorações náuticas e conquistas de novos mundos. O entretenimento cortês da primeira metade do século dezasseis incluía momentos musicais assim como peças dramáticas e declamações de poesia, frequentemente ao longo do mesmo serão, como seria de uso numa época ainda estranha ao conceito de espectáculo único que temos hoje. Ainda antes da união ibérica da Coroa, poetas e músicos viajavam ostensivamente entre Portugal e Espanha, o que explica a presença da língua castelhana na literatura nacional e várias características comuns nas várias artes ibéricas. Luys de Milán, músico e escritor espanhol, publica em Valência no ano de 1536 “El Maestro”, um livro de música para vihuela de mano ('viola de mão' em português) dedicado ao rei português D. João III. Neste livro, o primeiro de apenas sete existentes para o instrumento, encontramos diversas peças instrumentais de cariz improvisatório (fantasias) e canções em castelhano, português e italiano, entre as quais romances que descrevem batalhas contra os mouros e outros eventos históricos. Estas apresentam a particularidade de terem a melodia cantada assinalada na parte do acompanhamento instrumental, indicando uma boa probabilidade do músico tocar e cantar ao mesmo tempo, como é feito hoje. O resto das canções neste programa são tiradas de cancioneiros portugueses da primeira metade do século dezasseis, arranjadas para voz sola e acompanhamento instrumental.
Estes pequenos livros constituem um pequeno tesouro da nossa Renascença musical, particulares no contexto da canção profana ibérica e no entretenimento dramático-musical na vida cortesã europeia. Estas canções (maioritariamente villancicos) tanto invocam paisagens bucólicas e a vida simples do pastor (próxima da sátira) como se alongam em episódios da mitologia.
A maioria, no entanto, declama em canto e pranto as eternas virtudes e maldições do Amor como então seria de uso, assim como hoje.
PROGRAMA
Luys de Milan Fantasia
Luys de Milan Sospirastes baldovinos romance
Alonso Mudarra Fantasia para desenbolber las manos
Miguel Fuenllana Ojos claros serenos villancico
Diego Pisador A las armas morisco romance
Diego Pisador Guarte guarte rey Don Sancho romance
Diego Pisador Quien huviesse tal ventura romance
Diego Pisador Passeava se el rey moro romance
Miguel Fuenllana Con que la lavare canción
Luys de Milan Con pavor recordo el moro romance
Diego Pisador Sempre me singʼo o della scorrocciata villanesca
Esteban Daza Fantasia de passos largos para desemvolver las manos
Esteban Daza Que razon podeys vos tener (de Nabarro) villancico
Luys de Milan Pavana
Esteban Daza Ave Maria (de Francisco Guerrero) motete
Miguel Fuenllana Tant que vivray [Claudin de Sermisy] & glosa sobre la misma canción strambote
Esteban Daza Fantasia de passos largos para desemvolver las manos
Miguel Fuenllana Quien podrá creer soneto
BIOGRAFIA
Fascinado desde sempre pelos cantores-instrumentistas da Antiguidade e as suas encarnações em todos os períodos históricos até ao presente, Ricardo Leitão Pedro é um dos raros músicos de hoje dedicado à prática histórica do canto al liuto, acompanhado-se a si mesmo com diferentes instrumentos antigos de corda dedilhada. Nascido no Porto em 1990, tomou o alaúde aos dezoito anos de idade inspirado por um concerto de Hespé rion XXI e encorajado pelo então professor de guitarra clássica Pedro Fesch. Um ano depois éaceite na licenciatura em música antiga da ESMAE (Porto, Portugal), durante a qual recebeu uma bolsa Erasmus para estudar no Conservatoire National Supérieur de Musique et Danse de Lyon na classe de Eugène Ferré.Em 2013, muda-se para a Suíça para estudar na prestigiada Schola Cantorum Basiliensis, onde termina uma licenciatura em alaúdes medievais e renascentistas com Crawford Young e Marc Lewon e um mestrado em canto com Dominique Vellard. A nível privado, trabalhou com cantores como Margreet Honig, Gerd Türk e Patrizia Bovi e alaúdistas como Paul O'Dette, Hopkinson Smith, Eduardo Egüez e Rolf Lislevand. Membro dos ensembles Concerto di Margherita (ensemble EEEmerging 2017-2018-2019) e I Discordanti (ensemble EEEmerging 2016) com os quais mantém uma agenda ocupada pelos palcos europeus, é regularmente convidado a colaborar com diferentes ensembles e orquestras como cantor e alaúdista (Orquestra XXI, Coro Casa da Música, Capella Sanctae Crucis, Troxalida, Agamémnon, La Boz Galana, Domus Artis). Em duo com o alaúdista Guilherme Barroso ganhou o 2º prémio (1º não atribuído) da competição JIMA (Oeiras, Portugal) em 2013 na categoria de música de câmara. Ávido pelo contacto com outras expressões criativas, mantém o hábito de improvisar com artistas da dança e circo contemporâneos. Compôs o tema para o solo de trapézio 'Planisfério' apresentado no FIS na Póvoa do Varzim e foi o músico seleccionado por Rostislav Novak (La Putyka) para o seu grupo de trabalho no festival de circo contemporâneo Die Originale enquadrado no Berliner Festspiele. Igualmente investido na investigação musicológica do ponto de vista do performer, prepara actualmente a edição das canções e peças instrumentais do manuscrito Thibault (F-Pn Rés. Vmd ms. 27) para a editora Terem-Music baseada em Basel.
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Nisi Dominus | Ensemble Armilar
Baixo, Viola D'Amore, Violino Barroco, Cravo e Violencelo Barroco
6 de Dezembro 2020 | 17h | Igreja de São Sebastião, Lagos
Este concerto é dedicado ao repertório sacro para voz baixo, composto durante a época barroca. Neste período, há uma diversidade de compositores que, na sua maioria, estão esquecidos mas cujas obras merecem um outro olhar mais atento e um lugar na história da música ocidental. O que propomos é uma viagem pelos recantos sonoros da Alemanha e a Boémia, antigo reino e país da Europa Central e muito profícuo a nível cultural, nomeadamente na música.
PROGRAMA
I. O Domine, quia ego servus tuus sum (B e B.c.)
Hammerschmidt, Andreas (ca.1611 - 1675)
II. Mein Herz ist bereit (B, vl, B.c.)
Bruhns, Nicholas (1665-1697)
III. Sonata a 3 ( 2Vl, B.c.)
Schmelzer, Johann Heinrich (c. 1620–1623 – 1680)
IV. Nisi Dominus ædificaverit domum (B, vl, BC)
Biber, Heinrich Ignaz Franz von (1644 - 1704)
V. Wo bist du, großer Trost der Heiden (B, vl, vla, BC)
Graupner, Johann Christoph (1683 - 1760)
VI. Sonata Polonese ( 2Vl, B.c.)
Telemann , Georg Philipp (1681 - 1767)
VII. Herr Got, Mein Heiland (B, 2 vl, BC)
Ahle, Johann Rudolf (1625 - 1673)
BIOGRAFIAS
Francisco Brazão | Baixo
Tem o mestrado em Canto pela ESART que concluiu na classe da Professora Ana Ester Neves, tendo também estudado com Birgit Wegemann, João Lourenço e Paulo Ferreira. Apresentou-se em recital em Portugal e no Reino Unido, interpretando reportório diverso, acompanhado ao piano por Cristiana Silva, Elena Tsouranova, Jafferson de Mello, Jill Lawson, Joseph Fleetwood e Francisco Sassetti, entre outros. Apresentou-se numerosas vezes em Ópera e em Concerto sob a direcção de maestros de renome como António Vassalo Lourenço e João Paulo Santos. Os seus papéis operáticos incluem Aeneas em "Dido and Aeneas", Ariodate em "Xerxes", Don Parmenione em "L'Occasione fa il Ladro" e Danilo em "Die Lustige Witwe". Integrou o elenco da ópera “Don Carlo” de Verdi no Teatro Nacional de São Carlos em Lisboa, sob a direcção de Martin André. É professor de Canto no Conservatório de Música de Olhão, na Nobel International School e na Sociedade Filarmónica Artistas de Minerva em Loulé.
Elsa Mathei | cravo
É Licenciada em Cravo pela ESMAE//Porto e pós-graduada em Pianoforte pela ESMUC//Barcelona Prossegue com Siebe Henstra, na Hogeschool voor de Kunsten Utrecht//Holanda.Paralelamente desenvolve a sua carreira de docente, e impulsionou a abertura do curso de cravo em diversas instituições do ensino especializado da música no Algarve, durante a passada década. Como cravista acompanhadora, toca regularmente em diversos cursos e grupos de música de câmara, colaborando com orquestras,. Foi correpetidora no Conservatório Nacional de Lisboa, lecciona no Conservatório de Música de Loulé e assume a direcção artística do Conservatório de Artes de Lagoa e da Associação Questão Repetida/Lagos. Apresenta-se regularmente em concerto, tanto a solo como em conjunto, tanto a nível nacional como internacional. Foi Directora artística e fundadora de: Sons Antigos a Sul, Sons D’Aquém Mar, Festival Out-(In)Verno.. Nos últimos anos tem desenvolvido projectos multidisciplinares: Espelhos Entre Paisagens e Espelhos Em Movimento, GarB’urlesco, Elementos II. Promotora das exposições de Fotografia: Polaridades, TRECHOS e exposição de Gravura: Chaminés Algarvias.
Denys Stetsenko | violino barroco
Natural da Ucrânia, iniciou os estudos de música clássica em criança e a partir do ano 2003 inicia-se na música tradicional e improvisada entrando no grupo Monte Lunai e Dancing Strings e participando em diversos festivais europeus de música e dança do mundo. Licenciado em Violino pela Escola Superior de Música de Lisboa, frequentou o Curso de Mestrado em Música Antiga – Violino Barroco na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (ESMAE) do Porto. É membro fundador do Quarteto Arabesco, Duo Stetsenko, Fávola d’Argo, Tangomanso e Parapente700. Participou em concertos e registos discográficos com Pedro Jóia, Rodrigo Leão, Rita Redshoes, Dead Combo, Benjamin Clementine, entre outros. Durante os anos 2011-2014 foi professor na ESMAE do Porto, assistente de Amandine Beyer. Lecciona Violino e Música de Câmara na Academia de Música de Santa Cecília e Conservatório de Lisboa. Como formador, tem orientado cursos de música tradicional instrumental, nomeadamente: Baltoques (Tradballs, Lisboa) Conservatório de Córdoba (2011, 2014), Crisol de Cuerda 2013 (Burgos) e vários em Madrid; como também nos festivais Andanças (Portugal), Folkarria (Espanha) e Festiv’Alzen (França). Desde o ano 2015, integra a equipa de mentores do Ethno Portugal, residência artística internacional.
Luís Carlos Peres | violino e viola barroca
licenciado em violino sob orientação de Sergey Aryutiunyan (ISEIT Viseu); mestre em ensino de violino (ISEIT Viseu) e frequentou o mestrado em violino barroco sob orientação de Benjamin Chenier (ESMAE Porto). Toca violino e viola barrocos nos Concerto Ibérico Orquestra Barroca e orquestra Flores de Mvsica. É ainda membro fundador do ensemble de música antiga Ars Luxurians. Participou na estreia moderna em instrumentos de época do Requiem de Bomtempo em 2017 com a orquestra Flores de Mvsica, com quem também gravou em CD a referida obra. Participou ainda na gravação do CD “Vai a Napoli” com os Concerto Ibérico. Tocou já em diversos pontos do país, salientando-se o Coliseu do Porto, Casa das Artes (Casa Allen, Porto); Teatro Viriato de Viseu; Teatro Municipal de Faro e Teatro Aveirense, bem como na Catedral de Estrasburgo (França); tocou também em festivais como o Festival de Música Antiga de Castelo Novo (2014); Festival Internacional de Música da Primavera de Viseu (2015;2016;2017); Festival Music’Alvão em Vila Real (2016); Festival de Música Antiga de Faro (2017); West Coast Early Music Festival (2017); XIX Encontro de Música Francisco Rosado (Loulé 2017). Por fim, lecionou violino no Conservatório de Música e Dança de Bragança e Escola de Música do Colégio São Teotónio (Coimbra) e atualmente é professor de violino e Orquestra no Conservatório Regional de Música de Vila Real e professor de violino, violeta e Classe de Conjunto no Conservatório Regional de Música de Ferreirim.
Teresa Madeira | violoncelo barroco
Nasceu em Coimbra em 1991, cidade onde iniciou aos 10 anos de idade os seus estudos musicais no Conservatório Regional de Coimbra com o professor Filipe Teixeira. A partir de 2006 continuou os seus estudos no Conservatório de Música de Coimbra, na classe da professora Sofia Novo, onde concluiu o Curso Complementar Articulado de violoncelo com a classificação máxima. Concluiu em 2014 a licenciatura em instrumentista de orquestra na Academia Nacional Superior de Orquestra da Metropolitana, na classe do professor Paulo Gaio Lima, e em 2017 o mestrado em performance no Koninklijk Conservatorium Antwerpen, na Bélgica, na classe do professor Justus Grimm. Participou em masterclasses e cursos de aperfeiçoamento com violoncelistas como Peter Bruns, Konstantin Heidrich, Karine Georgian, Kyril Zlotnikov ou Márcio Carneiro. Desde 2018 tem-se dedicado à especialização em música antiga, tendo iniciado em Setembro do mesmo ano o mestrado em violoncelo barroco no Conservatoire Royal de Bruxelles, na classe do professor Hervé Douchy. Colabora desde 2019 com a Orquestra Barroca da Casa da Música.
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Pulsar Marítimo | Duo-A-Mare
Harpa e Teorba
12 de Dezembro 2020 | 18h30 | Igreja de São Sebastião, Lagos
No princípio era o mar. Ele recorta o nosso país a oeste e a sul. Dele irrompem as ondas; nele se perde o horizonte; nele o céu e o infinito se espelham. Desde o princípio da nossa identidade nacional, os homens procuraram as palavras e os sons para contar através do mar – e ao mar - os seus fortúnios e infortúnios. E quando ganharam coragem e saber, nele se aventuraram para descobrir mundos. Sabemos que somos um povo de mar – e sabemos que as lágrimas, as alegrias e as esperanças que nele depositámos moldaram o nosso engenho e a nossa saudade.
Neste concerto, vamos homenagear esta História de mar – desde o século XIII aos nossos dias, com as palavras e os sons que são parte de Portugal.
PROGRAMA
Obras musicais de:
Antonio de Cabezón (1510-1566);
Canção Sefardita (da tradição dos judeus da península ibérica);
Diego Ortiz (1510-1570);
Juan del Encina (1468-ca.1529);
José Marín (1618-1699);
Duarte Lobo (ca. 1565-1646);
John Dowland (1563-1626).
Textos de:
Trovadores galaico-portugueses (João Zorro, Martim Codax, Rui Fernandes de Santiago e Mendinho – século XIII);
Excerto de relatos marítimos de Luís Cadamosto (1455) e do padre a bordo do Galeão de São Lourenço, aquando do naufrágio de 1649;
Fernando Pessoa
Ana Castanhito
Criação e arranjos musicais de Helena Raposo e Ana Castanhito
DUO A-MARE:
Helena Raposo | teorba e guitarra barroca
Ana Castanhito | harpa de patilhas (construção inspirada na harpa renascentista irlandesa)
com:
Ana Falé | Palavra
BIOGRAFIAS
Ana Castanhito | harpa
Iniciou os seus estudos musicais na Escola de Música do Conservatório Nacional aos 13 anos, na classe de harpa da professora Clotilde Rosa. Sete anos depois, terminou o oitavo grau com nota máxima, na classe da professora Andreia Marques. Foi depois estudar no Royal College of Music, em Londres, com o harpista Ieuan Jones, onde esteve entre 2005 e 2009. Participou em masterclasses com importantes harpistas como Marisa Robles, Jana Buskova, Daphne Boden, Imogen Barford, Lisetta Rossi, entre outras. Como harpista da orquestra sinfónica e da sinfonietta do Royal College of Music, a Ana teve oportunidade de trabalhar com maestros como Vladimir Ashkenazi, Esa-Pekka Salonen, Leif Segerstam, Peter Stark e John Wilson. A Ana concluiu em 2012 o seu Mestrado em Ensino da Música (vertente Instrumental - Harpa) na Escola Superior de Música de Lisboa, onde a sua tese no âmbito de estética musical obteve 19 valores. Profissionalmente a Ana tem colaborado frequentemente com a Orquestra Sinfónica Portuguesa, Sinfonietta de Lisboa, Orquestra Gulbenkian, OrchestrUtopica, Toy Ensemble, entre outros. Da sua actividade performativa a solo destacam-se as apresentações com o Coro Infantil da Universidade de Lisboa da obra Ceremony of Carols, de Benjamin Britten, os Concertos para Bebés, e os Recitais a Solo. É membro efectivo do Grupo de Música Contemporânea de Lisboa desde 2010, tendo colaborado na estreia e difusão de música de compositores portugueses, tanto nacional, como internacionalmente (Itália, Inglaterra, Dinamarca, Croácia, Eslovénia, Espanha). Participou na gravação de três CDs do GMCL: Caminhos de Orfeu (2012) e dois CDs de música de Jorge Peixinho (2010 e 2016). A Ana é professora de harpa na Escola Artística de Música do Conservatório Nacional.
Helena Raposo | alaúde, guitarra barroca e teorba
Nasceu na cidade de Ponta Delgada, Açores. Estudou Guitarra Clássica com Luciano Lombardi, Gianna de Toni, Hamilton Gonçalves, Luciana Saponaro e posteriormente, em Lisboa com Paulo Amorim. Completou em 2008 a Licenciatura em Alaúde e Teorba pelo Departamento de Música da Universidade de Évora, sendo bolseira da Fundação Medeiros e Almeida. No mesmo ano, é admitida no programa de Mestrado em Performance (MMUS) - Práticas de Interpretação Histórica na Faculdade de Música Antiga do Trinity College of Music em Londres, completando em 2009 a sua Pós-Graduação (PGD), sendo bolseira desta instituição. Estudou Alaúde renascentista, Alaúde barroco, Guitarra barroca e Teorba com David Miller; Basso Contínuo com James Johnstone e David Miller; Teoria e Interpretação da Música Antiga (Medieval, Renascimento e Barroco) com Phillip Thorby, Belinda Sykes e Stephen Preston; Música de Câmara com Rebecca Miles, Alison Crum, Tim Taver-Brown e Walter Reiter. Helena participou em master-classes em Portugal, Inglaterra, Bélgica e Itália com Jacob Heringman, Frances Kelly, Dr. Anne Daye, John Crawford, Bart Coen, Owen Rees, Dominique Vellard, Peter Phillips, Graham O'Reilly, entre outros. Como intérprete Helena tem atuado em Portugal, Espanha, Inglaterra, Bélgica, Alemanha e Itália, com diversos ensembles, tanto como solista como contínuo e acompanhamento. O seu repertório abrange desde a música medieval, passando pelo renascimento até ao barroco. Desde 2013 é membro da European Lute Orchestra. Em 2014 gravou para a WESO (The West European Symphony Orchestra). Em 2016 gravou para a Antena 2, com Joana Amorim no traverso, uma peça do compositor Daniel Schvetz. Na temporada 2017/2018, Helena tocou continuo na obra Il Combattimento di Tancredi e Clorida de Claudio Monteverdi no Theater Lubeck na Alemanha.
Actualmente Helena é professora de alaúde e baixo contínuo e dirige o programa de Música Antiga na Escola de Música do Conservatório Nacional em Lisboa. Mais informações visite - http://helenaraposo.net
Ana Falé | Palavra
É licenciada em Estudos Teatrais, pela Universidade de Évora. Foi aluna-bolseira no curso de Études Théâtrales na Sorbonne Nouvelle-Paris. Realizou um estágio profissional como assistente de produção e relações públicas numa co-produção do Teatro da Trindade/INATEL e Teatro do Tejo. Foi assistente de encenação no Teatro Aberto, nomeadamente assistiu a diversas peças e uma ópera, ambas encenadas por João Lourenço. Foi membro fundador de Trimagisto - Cooperativa de Produção Teatral Em Barcelona participou em cursos práticos em La Casona - Escola d’Actuació Teatral. Participou em vários projectos cinematográficos com o realizador João Paulo Simões (Captüra Filmes). Frequentou o Mestrado em Theatre Studies, pela Universiteit Utrecht, na Holanda. É membro fundador da Associação Cultural Questão Repetida, sediada em Lagos, onde desenvolve projectos multidisciplinares, como forma de sensibilização de novos públicos não localizados em grandes centros. É directora artística dos Sons D’Aquém Mar.